Felizmente o interesse pela modéstia tem ressurgido hoje em dia. Podemos até dizer que "está em alta". No entanto, alguns têm tido uma visão deturpada do seu real significado e a tem visto como uma nova moda. Tornando assim o aspecto externo (da mera divulgação) o ponto principal de discussões e postagens em redes sociais (ambiente muito comum no mundo atual) e deixando a desejar no que diz respeito ao fundamento e sentido da mesma.
Mas o que é mesmo a modéstia?
Mas o que é mesmo a modéstia?
Conforme Santo Tomás de Aquino nos ensina na Suma Teológica, ela é uma virtude.
E para melhor sabermos como bem vivê-la, precisamos compreender o que é uma virtude:
"A virtude é uma qualidade da alma, pela qual se tem propensão, facilidade e prontidão para conhecer e praticar o bem. As principais virtudes sobrenaturais são sete, a saber, três teologais (Fé, Esperança e Caridade) e quatro cardeais (a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança)" (Catecismo de São Pio X).Ademais, as virtudes teologais são assim chamadas "porque têm a Deus por objeto imediato e principal e nos são infundidas por Ele." (Catecismo de São Pio X). Já as virtudes cardeias recebem este nome pois "são a base e o fundamento das virtudes morais." (Idem). Podendo ser chamadas de virtudes morais cardeais.
Entre elas encontra-se a Temperança que é "aquela que mantém o apetite sensitivo sujeito aos ditames da razão, para evitar que se exceda nos prazeres, especialmente do tato, nos atos necessários a conservação da vida corporal" (Suma Teológica, IIaIIae. CXLI, 1-5).
Complementando o nosso raciocínio, Santo Tomás de Aquino nos ensina ainda que:
A modéstia é a última virtude agregada a temperança (CLX, CLXX) e serve para refrear e moderar o apetite em matérias mais fáceis do que as da temperança, da continência, da clemência e da mansidão (CLX, 1, 2). Logo, ela exerce o seu influxo sobre o desejo imoderado de grandezas, de saber e aprender; sobre os ademanes e movimentos do corpo e a maneira de vestir (CLX, 2).
Ela é o ápice da perfeição nos movimentos afetivos, cujo resultado é que todas as ações exteriores, como sejam movimentos, gestos, palavras, tom de voz, atitudes, etc, convenham ao decoro da pessoa e se acomodem às suas circunstâncias, estado e situação, de forma que nada destoe, senão que resplandeça em tudo a mais perfeita harmonia (CLXVIII, 1).

Logo, pecam contra a virtude da modéstia e da castidade as pessoas mundanas, escravas dos exageros a que chamam moda, incentivo e frequente ocasião de pecado (CLXIX, 1). Estas são dignas de severa repreensão (CLXIX, 2).
Dito isso, nos cabe o cuidado para que, no ímpeto de
"mostrarmos que somos modestas",
não caiamos no erro da ostentação e do "aparecimento",
querendo exibir "aquela saia"ou aquela foto da "roupa modesta
perfeita" e de quebra o nosso excesso de exibição. Que possamos viver,
junto a modéstia exterior, a modéstia interior, da qual comentaremos em breve.
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Maria Sempre!
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AQUINO, Santo Tomás. Suma teológica. V.3, IIaIIae, 141, 150, 170, 163, 169.
SÃO PIO X. Catecismo Maior. 1976. Edição eletrônica.
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