João Gualberto era homem como outros. Trazia uma espada à cinta e costumava viver metido
em brigas e desafios. Tinha um irmão a quem
amava com toda a sua alma. Um dia, porém,
um malvado matou o seu irmão.
Gualberto conhecia muito bem o assassino, e daquele dia em diante
procurava ocasião de varar-lhe o peito com sua espada. Ele o havia jurado e assim o faria.
Era uma Sexta-feira Santa.
João Gualberto montou a cavalo e saiu a passear pelo campo...
Foi andando, até que se meteu num caminho estreito entre penhascos
muito altos. Nesse momento vê que vem ao
seu encontro um viandante. Fixa-o. Conhece-o.
E, veloz como um raio, salta do seu cavalo. Era o assassino de seu irmão. Ali o tinha diante de si; podia saciar seus desejos
de vingança, e grita:
— Canalha! Assassino! Por Barrarás que agora mesmo morres em minhas
mãos!
E, desembainhando a espada, lança-se sobre o outro. Nesse momento,
o assassino, que ia desarmado, prostra-se-lhe aos pés e, com voz angustiosa e com
os braços em cruz, dirigi-lhe esta súplica:
— Irmão, hoje é
Sexta-feira Santa; por amor de Cristo crucificado, perdoa-me!
Que se passou então no coração de Gualberto?
Conteve-se; ergueu os olhos ao céu ... Olhou para a cruz gravada em sua espada... Pensou em Jesus Cristo que do alto da cruz perdoara
a seus crucificadores.
— Irmão — disse Gualberto
ao assassino — por amor de Jesus Cristo eu te perdoo...
Despediram-se. O assassino
afastou-se arrependido e dando graças a Deus.
Gualberto entrou numa capela que encontrou no caminho. Ajoelhou-se diante do Cristo que ali estava
pregado na cruz. Tirou a espada,
suspendeu-a aos pés daquela Vítima divina e jurou aos pés da mesma, deixar tudo e
enveredar pelo caminho da santidade. E assim
fez. A Igreja comemora-o a 12 de julho.
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Maria Sempre!
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FONTE: ALVES, Pe. Francisco. C.SS.R., Tesouro de Exemplos. Ed. Vozes. Petrópolis, 1958. Pg. 118-119.
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Sobre a obra: O propósito deste livro é oferecer a todos que têm a obrigação de educar a infância e a juventude um variado repertório de fatos verídicos ou verossímeis que, contados, movam seus ouvintes a julgar somente do seu valor moral e, por conseguinte, os disponham, à luz desses exemplos, a praticar o bem e a evitar o mal.
Os fatos recolhidos nestas páginas são sucintamente narrados. As mães, os professores, os sacerdotes que deles quiserem se utilizar, contá-los a seu modo, e como melhor lhes parecer para impressionar seus ouvintes e fazer-lhes perceber a lição moral que deles se pode tirar.Cabe à perícia dos educadores dar-lhes a alma, a vida, o colorido de forma a semeá-los psicologicamente no coração dos educandos.Padre Francisco Alves
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